Aluízio Alves, natural de Angicos-RN, nascido em 11 de agosto de 1921,
filho de Manuel Alves Filho e de Maria Fernandes Alves, com uma prole
de 6 irmãos, sendo eles: Garibaldi Alves, ex-vice-governador e pai do
ex-governador Garibaldi Alves Filho; Agnelo Alves ( 16/7/1932),
ex-prefeito de Natal e atual prefeito de Parnamirim e pai do atual
prefeito de Natal, Carlos Eduardo; o saudoso José Gobat Alves (9/9/1925 –
4/5/2004), Expedito Alves, prefeito de Angicos, eleito em 15 de
novembro de 1982 e assassinado em 10 de novembro de 1983; Maria de
Lourdes Alves e Madre Carmem Alves. Jornalista, advogado, escritor e
político. Com 13 anos de idade escrevia sozinho o jornal datilografado
denominado de CLARIM, que o fazia circular com a crônica dos fatos
angicanos, fazendo antever o jornalista e tribuno político que se
destacaria mais tarde à frente de grandes jornais, como a Tribuna da
Imprensa, do Rio de Janeiro, e a Tribuna do Norte, de Natal, fundado por
ele, em 24 de março de 1950, e galgaria os mais altos postos da
política, sendo o mais jovem constituinte nacional,com apenas 24 anos,
eleito em 2 de dezembro de 1945, e assinou a Constituição em 18 de
setembro de 1846, governador do Estado, eleito em 3 de outubro de 1960,
juntamente com o seu companheiro de chapa, o Monsenhor Walfredo Gurgel
(2/12/1908 – 4/11/1971), vencendo seus opositores, Djalma Marinho e
Vingt Rosado, cuja campanha serviu para o ingresso de Chiquinho Germano
na política, acontecendo a primeira e última derrota de Francisco
Germano; ministro em duas vezes, de Administração, em 1985, na gestão de
José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (Maranhense, 24/4/1930) e da
Integração Regional, em 1994, no governo de Itamar Augusto Cautiero
Franco (Mineiro, 28//6/1931) e seu último mandato foi em 1998 como
deputado federal, eleito juntamente com seu filho Henrique.
Os companheiros de geração não entendiam porque Aluízio Alves não
freqüentavam, com ele, os bares, as festas, os bailes, a boemia, como
era natural na sua adolescência, 17 anos, para viver trancado em
repartições, arquivos, cartórios, de Natal e do interior, atrás de
documentos seculares. De todos, que zombavam de sua obsessão, deu a
resposta: no dia 11 de agosto de 1939, nos seus 18 anos de idade,
presenteava a si mesmo e os seus conterrâneos, com a publicação de seu
primeiro livro com o título “ANGICOS”, com 368 páginas sobre as origens,
a vida administrativa e política, a economia, a vida cultural de sua
terra natal.
Aluízio Alves começou a se interessar pela política no ano de 1931,
com 10 anos de idade, quando, após a derrubada do prefeito de Angicos
Miguel Rufino Pinheiro, que havia tomado posse em 20 de outubro de 1930,
nomeado para substituir a pessoa de Francisco Gonzaga Galvão, primeiro
prefeito constitucional de Angicos, eleito em 2 de setembro de 1928, seu
pai Manoel Alves Filho, foi nomeado prefeito pelo interventor Aluízio
de Andrade Moura (25/4/1905 – 13/11/1973), tomando posse em 20 abril de
1931 e governando até 16 de outubro de 1932, quando foi substituído por
João Bezerra Cavalcante.
A resolução de 1964 cassou o seu mandato de governador e seus direitos
políticos por 10 anos, impedindo de se apresentar em campanhas
políticas, jornais, Rádio e Tv. Ele lançou seu filho Henrique Alves a
deputado federal, com apenas 21 anos de idade, eleito em 15 de novembro
de 1970, sendo o deputado mais votado do Brasil, e reeleitos em todos os
pleitos eleitorais registrados até hoje: 15 de novembro de 1974, 15 de
novembro de 1978, 15 de novembro de 1982, 15 de novembro de 1986,15 de
novembro de 1990, 3 de outubro de 1994, 4 de outubro de 1998 e 3 de
outubro de 2002, totalizando assim 8 mandatos. Além de Henrique, ele
também elegeu sua filha Ana Catarina, eleita em 3 de outubro de 1994,
juntamente com o irmão. Aluízio Alves mostrou sua capacidade e
inteligência, vivendo no meio empresarial do Rio de Janeiro e São Paulo,
chegou a vice-presidente do Grupo UEB, beneficiando o nosso Estado com
diversos projetos de alto gabarito, trazendo emprego para os potiguares,
mais notadamente para Natal. Em 1978, retornou a vida pública na
chamada ‘paz pública’, num acordo com o governador Tarcísio Maia,
apoiando o senador Jessé Pinto Freire (19/11/1918 – 13/10/1980). Eleito
Jessé Freire, os acordos não aconteceram como Aluízio Alves esperava.
Estacelado o acordo aonde o único beneficiado foi Jessé Freire, e o
suplente José de Souza Martins Filho (9/3/1934), que assumiu a cadeira
do Senado com o falecimento do titular. Aluízio começou a trabalhar seu
nome para o governo do Estado. Ele foi candidato a governador, porém
encontrou um adversário chamado José Agripino Maia, filho do
ex-governador Tarcísio Maia, que o derrotou implacavelmente com uma
maioria de 107 mil votos.
Aluízio casou-se em 30 de setembro de 1944, com Ivone Lira Alves,
nascida em 1926 e falecida em 30 de agosto de 2003, filha de Luiz Lyra e
de Lídia de Oliveira Lyra, pai de 4 filhos: Henrique Alves Lyra Alves,
nascido em 9 de dezembro de 1948, Ana Catarina Lyra Alves, nascida em 9
de dezembro de 1918, Aluízio Alves Filho, o primogênito e
Henrique José. Deixou sete netos, sendo eles: Aluízio Neto, filho de
Aluízio Filho; Ana Carla, José Eduardo e Ana Carolina, filhas de Ana
Catarina; Eduardo José e Pedro Henrique, filhos de Henrique. Deixou
também dois bisnetos: Mateus e Rafael, filhos de Aluízio Neto.
Aos 11 anos, ainda de calças curtas, assistiu à fundação do Partido
Popular no Rio Grande do Norte. Aos 13, participava de comícios em
praça pública. Aos 23, chegou à Câmara Federal e, aos 39, elegeu-se
governador do Rio Grande do Norte. Essa trajetória rápida e trilhada com
sucesso foi construída por Aluízio Alves*, que, desde menino,
demonstrava sensibilidade para a vida pública e cultivava essa vocação
desde os bancos escolares como se fosse um verdadeiro sacerdócio.
Começou sua atuação profissional como revisor do jornal “A
República”. E a vida pública, como oficial de gabinete da Interventoria.
Designado pelo secretário-geral Aldo Fernandes, coordenou a assistência
aos flagelados da seca que se aglomeravam em Natal. Desse trabalho
nasceu o Serviço Estadual de Reeducação e Serviço Social – SERAS, do
qual foi primeiro diretor. Em seguida, seria nomeado diretor da LBA no
Estado. Exonerou-se desses cargos, solidário com José Augusto, em 1945.
Magro, voz rouza, estatura mediana, o jovem que surgia em sua
cidade como menino-prodígio começou a conquistar a admiração de
políticos como José Augusto, Juvenal Lamartine, Dinarte Mariz, Vivaldo
Pereira e outros, que viam nele uma liderança nata, que haveria de
ocupar um lugar de destaque na vida pública do Rio Grande do Norte. E o
tempo se encarregou de demonstrar esse acerto e essas previsões dos mais
velhos.
Jovem - Com a redemocratização do País, candidatou-se a deputado
federal em 1946, pela UDN, apenas para preencher uma das vagas do
partido. Terminou eleito com 23 anos e chegou à Câmara Federal, com
corpo e cara de menino, num ambiente de homens maduros e sisudos.
Elegeu-se quatro vezes seguidas, sempre com votações consagradoras.
Participou pouco da eleição de Dinarte Mariz para governador em 1955,
porque foi acometido de problemas pulmonares. Dinarte, eleito,
Aluízio**, para ajudar o amigo, entregou-lhe uma espécie de “plano de
governo”, no qual estavam norteadas as principais ações do futuro
governador. Dinarte leu e disse: “Aluízio, guarde para quando você for
governador”!
Aluízio recebeu o plano de volta, mas não esqueceu a frase. Nem
engoliu seu conteúdo. Cinco anos depois, dava o troco a Dinarte,
elegendo-se governador do Estado, derrotando Djalma Marinho, candidato
de Mariz. No governo, pôs em prática o plano que seria destinado ao
governo anterior. Daí surgiu no Rio Grande do Norte a Assessoria de
Planejamento, que depois viria a ser Secretaria, com a finalidade de
planejar as ações de governo.
Moderno - Aluízio Alves introduziu na campanha métodos técnicos,
com a realização de pesquisas, o que foi feito pela primeira vez no Rio
Grande do Norte. O responsável era Roberto Jorge Albano, que tinha feito
idênticas campanhas no Rio e em São Paulo. Usando a fé como dogma e a
esperança como símbolo, Aluízio inovou os meios de fazer política e
criou as “vigílias cívicas”, que consistiam em comícios e passeatas até o
dia amanhecer. Transformou-se em líder carismático. Diante dele,
ninguém ficava indiferente. Amava-o ou detestava-o. Multidões o
acompanhavam por onde passava, carregando ramos verdes e levantando o
polegar para cima em sinal de aprovação.
ENERGIA DE PAULO AFONSO - Fez um governo criativo e renovador.
Implantou a Companhia de Serviços Energéticos do Rio Grande do Norte –
COSERN, a Telecomunicações do Rio Grande do Norte – TELERN e a Companhia
de Águas e Solos do Rio Grande do Norte – CASOL. Com recursos da
“Aliança Para o Progresso”, programa do governo dos Estados Unidos
destinado à América Latina, construiu escolas, reciclou professores e
implantou, na cidade de Angicos, o método revolucionário de
alfabetização de adultos, pioneiro no País, denominado “Paulo Freire”.
Criou o IPE e o Hospital Infantil Varela Santiago. Nas áreas de cultura e
educação, criou a Fundação “José Augusto”, a Faculdade de Jornalismo
“Eloy de Souza” e o Centro de Estudos e Pesquisas “Juvenal Lamartine”,
além de haver promovido festivais culturais com a presença de renomados
escritores nacionais em Natal. Inaugurou a energia de “Paulo Afonso”,
tornando realidade o abastecimento d’água de Natal; construiu os hotéis
“Reis Magos” em Natal, “Esperança” em Mossoró e “Cabugi” em Angicos,
além da sede do DER na capital; foi pioneiro na implantação da reforma
agrária Câmara, penhoradas ao Banco do Brasil como garantia de dívidas.
Construiu ainda o parque “Aristófanes Fernandes” em Parnamirim, para
incentivar a pecuária no Estado, através da exposição de animais.
ATROPELO - Aluízio pensava em retornar ao governo, quando foi
atropelado pelo ciclo dos governadores indiretos. Antes tentou ser
senador, mas terminou deputado federal, tendo sido cassado em 1969.
Tornou-se empresário no Rio de Janeiro, tendo sido um dos diretores do
grupo UEB- União de Empresas Brasileiras, que implantou no Rio Grande do
Norte um pólo têxtil, no distrito de Igapó, durante o governo Cortez
Pereira, que, apesar de seu adversário político, apoiou a iniciativa.
Mas, como sua vocação era a vida pública, retornou a política antes de
terminado o prazo de cassação, na chamada “Paz Pública”, quando apoiou
Jessé Freire (ARENA) para o Senado, ao lado do governador Tarcísio Maia.
Tentou eleger-se governador, pelo voto direto, em 82, mas foi derrotado
por José Agripino. Foi auxiliar do governo Tancredo Neves, em Minas
Gerais, e um dos principais colaboradores na caminhada do mineiro rumo à
presidência da República.
Íntimo - Ministro da Administração no governo José Sarney, de
quem era íntimo desde os tempos da velha UDN, passou a ser o homem forte
no Estado, devido à amizade com o presidente. Voltou à atividade
partidária, elegendo-se deputado federal, consolidando a liderança do
seu grupo político que voltava ao poder no Rio Grande do Norte.
Foi também ministro da Integração Regional no governo Itamar Franco,
tendo concebido e planejado o processo de transposição do rio São
Francisco para os Estados do Nordeste carentes de recursos hídricos, um
sonho que um dia poderá se transformar em realidade, graças aos esforços
desenvolvidos nesse sentido por outro norte-rio-grandense, o atual
ministro da Integração Nacional, Senador Fernando Bezerra. Mesmo sem
mandato eletivo, Aluízio ainda exerce uma liderança fecunda pelo carisma
de seduzir multidões através do tempo que já tingiu seus cabelos de
branco.
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